09 outubro, 2006

Lugares Mágicos



No livro editado pelo jornal Público, no seu 1º volume aparece uma referência, com fotos, de um alinhamento de menhires que existem junto do Alto do Mosqueiro, em Montemor e que configuram um eventual monumento megalítico.
[Fotos de António José Paulino]

06 outubro, 2006

Festa de Nª Sª da Saúde, Setembro.2006





Algumas imagens da Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde, a 3-4 Setembro de 2006.

[fotos de António José Paulino]

01 agosto, 2006

Fotos da Capela de Nª Sª da Saúde


Caixa de Esmolas
Azulejos exteriores
Lavamãos
[fotos de António José Paulino]



31 julho, 2006

Como nasceu Montemor






MONTEMOR
A história desta aldeia passou a ser conhecida, segundo a tradição, no século XVI.
No livro “Portugal Antigo e Moderno – Diccionario” de Pinho Leal, Volume V, páginas 484 e 485, editado em 1875 aparece a seguinte descrição:

MONTE-MÓR – aldeia, Estremadura, freguesia de Loures, concelho dos Olivaes [agora Loures], comarca, distrito administrativo, patriarcado e 14 km a Norte de Lisboa.
Esta povoação situada em um alto monte, de onde lhe provêm o nome. No seu píncaro está a ermida de Nossa Senhora da Saúde.
Segundo a tradição, a origem desta capela é a seguinte:
A 15 de Outubro de 1598, terá tido início em Lisboa, propagando-se pela maior parte do reino, uma terrível peste, que durou cinco anos, matando muitas mil pessoas. [Foi no reinado de Filipe II, que tinha sido proclamado rei a 13 de Setembro de 1598].
Muita gente de Lisboa terá fugido da cidade, procurando as aldeias e particularmente as que – como esta – pela sua elevada situação, ofereciam um clima mais saudável. Para aqui vieram então algumas famílias de Lisboa, trazendo uma delas, uma imagem da Santíssima Virgem [que é a mesma que ainda se venera nesta ermida], à qual logo construíram uma pequena ermida, ou nicho, prometendo-lhe aumenta-la se a peste terminasse.

Em 1603 acabou o contágio, e não se esqueceram do seu voto: mandaram edificar logo uma bonita capela, que a devoção dos fiéis ainda ampliou depois.

Por volta de 1700, terá sido acrescentada uma boa tribuna de talha dourada. As paredes da capela-mor foram desde o seu princípio revestidas de bonitos azulejos, e em 1626, os irmãos da confraria da Senhora mandaram forrar de azulejos o corpo da capela, o que consta da inscrição dos mesmos azulejos.
Em frente da capela há um bonito alpendre com seu átrio, de onde se goza um dilatado e formoso panorama. O tecto deste alpendre está colocado sobre quatro colunas, quadradas, de mármore, tendo na arquitrave do centro esta inscrição:

ESTE ALPENDRE MANDOU FAZER
MIGUEL TOSTADO MALA A SUA
CUSTA EM O ANNO DE 1621

No interior existe um coro, púlpito e sacristia.A capela-mor chegou a ser fechada por grades de pau-santo [que já não existem]. Os povos destas terras têm muita devoção com esta imagem de Nossa Senhora da Saúde, à qual atribuem muitos milagres.
"Por cima da porta lateral, sobre a sua verga destaca-se um quadro em azulejo, encaixilhado numa tira de faiança pintada de fitas brancas entrelaçada, com olhos amarelos pontuados de azul. Por dentro deste divisa-se uma moldura de torcidos, colorida de azul e amarelo sobre fundo branco. No campo lê-se ordenadamente:"

LOUWADO SEIA OSANTISSIMO
SACRAMENTO
A PVREZA DA VIRGEN MARIA
COMSEBIDA SEN PECADO
ORIGINAL
SENDO IVIS MANOEL DA C
OSTA DESTA CONFRARIA DE
N. S. DA SAVDE MANDOV FAZER
AS DVAS PAREDES GRANDES
DASVLEIO A SVA CVSTA E DEVA
SAÕ E A DEMAISOBRA DEBAXO
DO CORO MANDRAÕ FAZER OS
MORDOMOS Q ENTÃO SERVIAM
ANO DE 1626


Existem no interior duas peças datadas: um lavatório em pedra de 1690 e um cofre, também em pedra para a recolha de esmolas, com a data de 1781.

Em Montemor, assim como em Caneças e outras aldeias saloias, até aos anos 70 do século passado, eram lavadas as roupas de muitas famílias de Lisboa, sendo transportadas pelas lavadeiras. Este transporte inicialmente era feito em galeras e camionetas de carga e mais tarde nas camionetas da Arboricultora.
Este assunto foi retratado no famoso filme português “Aldeia da Roupa Branca”.

Posteriormente a esta fundação (ou talvez repovoação) desta terra, são conhecidos poucos factos com ela relacionados. Existe muita documentação sobre a vila [agora cidade] de Loures, com escassas referências a este monte.

Consta também que a Capela de Nossa Senhora da Saúde foi ocupada após a implantação da República, tendo sido lá exibido um circo.
Supõe-se que terá sido também nessa época que se deu o desaparecimento dos azulejos no seu interior.
Em meados do século passado foi também roubada a imagem de Nossa Senhora que foi posteriormente recuperada pelas lavadeiras de Montemor, em Lisboa.
Estes diferentes episódios serão objecto de futuros textos mais detalhados.
António José Paulino
Fontes:
- “Portugal Antigo e Moderno – Diccionario” de Pinho Leal, Volume V, 1875, pág.s 484 e 485;
- "Azulejos Datados" (1ª Série) de Vergilio Correia, 2ª edição, Lisboa 1922, pág.s 10-17;
- "Povo e Religião no Termo de Loures, de Gomes, J. Pinharanda, pág.s 27-32 [A Senhora da Saúde de Montemor], Loures, 1982;
- "Notícias de Montemor", suplemento do semanário "O Domingo" - Pia Sociedade de S. Paulo, 1952-55.

18 maio, 2006

Capela de Nossa Senhora da Saúde


É esta capela que está ligada à origem conhecida da povoação de Montemor.

Montemor

Este blog irá servir para contar a história da origem desta povoação do concelho de Loures, e publicar fotos do seu património histórico e das vistas que de lá se tem sobre Lisboa e arredores.